Tem reserva de emergência? Entenda por que você precisa de uma
Imprevistos podem acontecer com qualquer família e são sempre uma ameaça ao planejamento financeiro. Por isso, é preciso estar preparado e ter uma reserva de emergência. A reserva financeira se destina a cobrir imprevistos, como a perda do emprego de um dos provedores da família, uma doença grave, acidente sem cobertura do plano de saúde ou, até mesmo, um conserto no carro ou a troca de um eletrodoméstico quebrado.
Para o coordenador nacional do Programa de Voluntariado da Classe Contábil (PVCC), Elias Dib Caddah Neto, guardar dinheiro para situações imprevistas e emergenciais é algo fundamental; ele evita que a família recorra ao cartão ou ao cheque especial quando qualquer coisa foge do planejado. “O uso do crédito fácil vai elevar o endividamento no futuro. Quando se tem uma reserva financeira, evitam-se dívida e juros ao recorrer a essas opções de crédito”, explica Elias Dib.
O PVCC foi criado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e conta, atualmente, com aproximadamente 8 mil contadores voluntários em todo o país. O PVCC é dividido em quatro subprogramas e um deles é o de Educação Financeira, que, com a ajuda de contadores, orienta o cidadão a manter o controle de suas contas.
Como o brasileiro tem a cultura de não poupar devido às diversas contas a pagar e não consegue juntar dinheiro para os momentos de necessidade, Elias Dib esclarece que o planejamento para alcançar qualquer objetivo financeiro é dar o primeiro passo e deve ser encarado com seriedade. “Não espere o fim do mês para ver se sobra algum dinheiro e só então guardá-lo; é preciso tomar uma decisão e começar já, nem que seja com R$50,00 mensal”, disse.
Então por onde começar? Como investir o a reserva de emergência? Confira as dicas de como iniciar um fundo de emergência.
Faça um orçamento
A palavra de ordem é planejamento para montar a reserva de emergência. O investidor deve começar com um orçamento, listar suas fontes de renda, registrar e classificar todos os seus gastos. Deve ficar bem claro de quanto entra e quanto sai em cada mês, separando o que são gastos fixos e gastos variáveis. Fixas são contas de todo mês, como aluguel, água, luz, etc. Variáveis são contas que aparecem eventualmente no decorrer do mês, como cinema, lanche, manutenção de carro, etc.
Defina o valor da sua reserva de emergência
O ideal é que, dentro do orçamento, a reserva financeira corresponda a uma quantia suficiente para o sustento da família por seis meses no mínimo. Então, uma família que precise de 5 mil reais por mês para se manter deve ter uma reserva correspondente a 30 mil reais, pelo menos. Para isso, multiplique por 6 a média de gastos do seu orçamento. O ideal é que se invistam 20% da renda. Caso seja um valor muito alto do orçamento, pode começar com fatias menores e ir subindo o valor aos poucos, à medida que se acostuma com esse novo hábito.
Como investir o a reserva de emergência?
O mais importante é saber onde guardar essa reserva financeira. Devem ser avaliadas a segurança e a liquidez. A reserva de emergência deve ser aplicada em investimentos acessíveis e de baixo risco, isto é, fáceis de resgatar e bastantes conservadores. Liquidez é transformar essa aplicação em recursos que podem ser acessíveis em médio e longo prazo.
Uma opção é a caderneta de poupança, mas existem alternativas mais rentáveis e com nível de risco similar, menos propensas a perder da inflação.
Outras opções são os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e os títulos públicos Tesouro Selic (LFT), negociados pelo Tesouro Direto.
Esses investimentos costumam superar a rentabilidade da caderneta, sem que o investidor precise abrir mão de segurança e liquidez.