O governo federal e o discurso tosco
Mais que provado que escola não dá “verniz” para ninguém. Uma pessoa pode até estudar em Oxford, Cambridge ou Harvard, mas não é isso que lhe fará uma pessoa mais humana, educada e empática.
Muitos de nós ouvimos dos pais que a educação começa em casa.
Desta forma, para os mais antigos, a orelha esquentava quando a língua ficava fora de controle.
⁃Sua mãe não lhe deu educação, menino? Como sobrava para a mãe era evidente que não ficaria barato.
Desde antes do início do governo sabíamos que o Presidente Jair Bolsonaro não tem no discurso seu ponto forte.
Em que pese sua fala torta e rudimentar foi exatamente essa característica que muito colaborou para sua eleição. Bolsonaro, o sincero.
Assim como Lula fala a língua de gente humilde, Bolsonaro tem o mesmo mérito.
Muitas vezes o presidente ofende e exala preconceitos e superficialidades. Mas esse é Bolsonaro. Antes de eleito não estava embrulhado em papel pardo.
O que não se esperava é que um ministro que estudou em Chicago fosse tão ruim de comunicação.
É o caso de Paulo Guedes quem em quinze dias conseguiu ofender todos os servidores chamando-os de parasitas, e todas as empregadas domésticas com a notória tese fantasiosa das viagens para a Disney.
Que seja preconceituoso e arrogante na vida privada é aceitável. Mas que se sinta no direito de utilizar um cargo público extremamente importante e eivado de poder para proferir sua visão de mundo é inaceitável.
Mais que provado que escola não dá “verniz” para ninguém. Uma pessoa pode até estudar em Oxford, Cambridge ou Harvard, mas não é isso que lhe fará uma pessoa mais humana, educada e empática.
Por outro lado, duas boas medidas sugiram em Brasília nesta semana.
Uma delas é o projeto de lei 304/2017, do senador Ciro Nogueira (PP-PI) que foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Sobre Cassio Faeddo: Advogado. Mestre em Direitos Fundamentais. MBA em Relações Internacionais – FGV SP
O PL determina que a partir de 1º de janeiro de 2030, a venda de veículos novos movidos a combustíveis fósseis será proibida no Brasil.
Outra medida é o Decreto 10.240/20 que regulamenta parte da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, e complementa o Decreto nº 9.177, de 23 de outubro de 2017, para implementação de sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos e componentes de uso doméstico.
São boas medidas ambientais.
Porém, Bolsonaro preferiu xingar o Greenpeace e Paulo Guedes falar de improviso sobre as empregadas domésticas.