Janeiro Branco: Exercício físico como aliado da saúde da mental
Educador Físico fala sobre a importância da prática de atividades físicas para a mente
Chegamos a 2020 e como em todo inicio de ano as pessoas tendem a pensarem mais sobre a vida, seus objetivos de mudanças e metas futuras. Exatamente pela simbologia dessa fase que em 2014 foi lançada a campanha do Janeiro Branco, em prol da conscientização sobre a saúde mental dos indivíduos, tornando-se inclusive Lei em vários municípios do país.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), em todo mundo, mais de 300 milhões de pessoas, de todas as faixas etárias, etnia ou classe social, sofrem de depressão.
Devido à correria do dia a dia sabemos que controlar o estresse, ansiedade e angústias não são tarefas fáceis, no entanto, a prática de exercícios físicos podem se tornar um grande aliado nesse combate.
Comumente, quando falamos sobre os riscos do sedentarismo para a saúde, citamos problemas como obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, entre outros, mas a falta de atividades físicas pode ser igualmente prejudicial a saúde mental, como ressalta o Educador Físico Lucas Serralheiro Cardoso, ‘A pessoa sedentária tende a expressar transtornos relacionados a autoestima, de autoimagem, além de aumento da ansiedade, estresse e maior risco de desenvolver males como o de Parkinson e Alzheimer. Dados epidemiológicos garantem que manter-se ativo gera menor risco de apresentar desordens mentais em relação às pessoas sedentárias’.
A maioria das pessoas começa a se exercitar para melhorar sua saúde cardiovascular, ganhar músculos ou emagrecer, e embora, a prática de atividades físicas seja primordial para esses objetivos, há inúmeros benefícios psicológicos também. O especialista Lucas Cardoso cita alguns:
- Felicidade – A prática de exercícios físicos promove a liberação de endorfinas, substância que produz sentimentos como felicidade e euforia, por isso, é altamente recomendável sua realização para os indivíduos que sofrem de ansiedade e depressão, visando a melhora na qualidade de vida;
- Redução do estresse – A produção de nerepinefrina (noradrenalina) aumenta com a execução de atividades físicas, moderando a resposta do cérebro ao estresse. Além disso, também é liberado endorfinas, que ajuda a relaxar os músculos e aliviar a tensão;
- Diminui a ansiedade – Os neurotransmissores liberados durante e depois da realização de exercícios auxiliam os indivíduos que sofrem de ansiedade e se sentirem mais tranquilos;
- Melhora a memória e gera aumento da capacidade cerebral – O aumento da produção de células do hipocampo, gerado na prática de atividades físicas, regula a memória e aumenta a capacidade de aprendizagem, pois acontece o fenômeno denominado neurogênese, que é a produção de mais neurônios pelo cérebro e a maior interação entre eles;
- Previne o Desgaste Cognitivo – Conforme envelhecemos o risco de contrair doenças degenerativas como o mal de Alzheimer aumenta. A prática de atividades (principalmente entre 25 e 45 anos) ajuda a aumentar as substâncias químicas do cérebro que previnem a degeneração dos neurônios do hipocampo;
- Melhora da qualidade do sono – A atividade física melhora a qualidade do sono e diminui a insônia. Pouco sono gera fadiga, alterações hormonais, aumento de peso, estresse, confusão mental, dor muscular, entre outros efeitos colaterais negativos. A liberação de hormônios que influenciam no ciclo sono-vigília faz com que o individuo tenha mais disposição para o dia a dia, o que favorece também a estabilidade do humor;
- Desenvolvimento de habilidades emocionais – No esporte, assim como na vida, somos testados quanto aos nossos limites e capacidade de superação, além disso, a inclusão de uma rotina de exercícios promove a dedicação e a disciplina. Aprender a trabalhar esses aspectos ajuda as pessoas a lidarem melhor com os altos e baixos da vida;
- Alivia os sintomas de transtornos mentais – Com a produção dos hormônios da felicidade em ordem, os sintomas de transtornos mentais como a depressão, ansiedade, síndrome do pânico, transtorno de déficit de atenção (TDAH), entre outros, tornam-se mais leves. No entanto, cabe ressaltar, que nesses casos, a atividade física é um complemento, não um substituto ao tratamento psicológico ou psiquiátrico.
Devemos lembrar que a mente e o corpo estão interligados, e é imprescindível cuidarmos de ambos. Cada pessoa deve buscar o esporte ou tipo de atividade que melhor se adéque a sua rotina e lhe proporcione mais bem estar e qualidade de vida.
‘O mais importante é que as pessoas tomem o primeiro passo, há inúmeras possibilidades entre academias e exercícios ao ar livre. No entanto, é primordial que se comece devagar, a prática de alguma atividade três vezes na semana por pelo menos 30 minutos já trazem mudanças significativas para a vida.’, conclui o Educador Físico.