Bambuterapia: benefícios e relaxamento para o corpo e a mente
A bambuterapia é uma técnica de massagem em que são utilizadas hastes de bambu (de diferentes tamanhos e espessuras) que se “encaixam” de acordo com a região do corpo em que são aplicadas, podendo gerar benefícios estéticos (como diminuição da celulite, por exemplo) e/ou terapêuticos (como relaxamento, entre outros). Conheça as particularidades da técnica, suas vantagens e contra-indicações.
Pode-se dizer que essa é uma técnica milenar, pois há relatos em que os chineses já faziam a utilização dos bambus para algumas técnicas de estimulação de pontos. Mas ela ainda não possuía esse nome, conforme comenta Natália Martins Frazzato, formada em Educação Física, técnica em Massoterapia, especialista em Acupuntura e docente de Bem-Estar no Senac Campinas.
“Em 2003, Gil Amsallem, fisioterapeuta francês, apresentou a técnica em um congresso, onde afirmava que a escolha pelo bambu se deu devido à sua textura macia e leve. Há grande variedade de tamanhos e diâmetros das hastes, sendo que elas se adaptam à mão do terapeuta, mostrando-se como extensão das mãos do terapeuta e as regiões do corpo do cliente. É uma ferramenta que a natureza nos oferece para ajudar a equilibrar e harmonizar o corpo e a mente”, explica Natália.
Vânia Silva, bacharel em Estética e Cosmética e Massoterapeuta, comenta que o fato de o bambu ser uma planta que passa anos no subsolo, criando raízes extremamente fortes, acumula muita energia da terra – o que também é um ponto importante nesse tipo de tratamento.
*Como o tratamento é realizado?
Natália explica que o tratamento tem suas variações. “Os bambus possuem diferentes tamanhos e espessuras, com a finalidade de adaptar-se a cada região do corpo, desde a face até os pés. Podem ser aplicados na face (para drenagem linfática e massofilaxia facial) e em todo o corpo (modeladora, relaxante, terapêutica, shiatsu, drenagem linfática)”, diz.
Mas deve-se sempre tomar cuidado para que não gere nenhum desconforto ou hematomas na pele do cliente. Os bambus precisam ter superfície regular, ser lixados e envernizados, para o perfeito deslizamento; e devem ser sempre higienizados para cada cliente”, acrescenta a técnica em massoterapia.
“Se os movimentos são suaves, leves, lentos, no sentido linfático, funcionam como uma drenagem linfática, melhorando o fluxo linfático, ajudando a diminuir os edemas. Com pressões mais intensas, movimentos lentos, o tratamento proporciona relaxamento profundo dos músculos, sendo uma massagem relaxante ou até mesmo terapêutica, trabalhando nos pontos de tensão. Quando os movimentos são mais rápidos, intensos, possui o efeito da massagem modeladora, com a finalidade de modelar a gordura localizada”, exemplifica Natália.
Outra versatilidade do bambu é que ele pode ser feito sobre a roupa, ou direto na pele, dependendo da técnica aplicada. “Por exemplo, numa técnica para relaxamento é possível fazer sobre a roupa; já em uma modeladora, é necessário fazer direto na pele, com cremes específicos”, comenta Natália.
A bambuterapia pode ser feita em uma sessão inteira, em que se utilizam apenas os bambus, ou também ser usada para auxiliar diversos tratamentos, tanto corporais quanto faciais, como na drenagem linfática, modeladora, relaxante e nos tratamentos terapêuticos.
O tempo de sessão também varia. “Quickmassage associada com bambuterapia, por exemplo, dura 15 minutos; a massagem facial dura de 15 a 30 minutos; já a drenagem linfática, a massagem relaxante ou terapêutica, dura de 45 a 90 minutos. As sessões, em geral, podem ser feitas até três vezes na semana (em dias intercalados)”, explica Natália.
*Vantagens da bambuterapia
Vânia comenta que a bambuterapia segue as mesmas indicações da massagem clássica, tendo objetivos como melhorar a qualidade vida, promover o bem-estar, diminuir dores musculares, modelar a região corporal e facial, diminuir edemas e proporcionar relaxamento.
Não há dúvidas do quanto eficaz é a bambuterapia para relaxamento. “O toque terapêutico do bambu faz com que o cliente sinta-se relaxado, pois, durante a aplicação da técnica, o corpo libera neurotransmissores (como serotonina, endorfina, ocitocina) que proporcionam a sensação de relaxamento, aliviando as dores e as tensões, assim como bem-estar geral. Movimentos leves, lentos, mas com certa pressão, ajudam a trazer o relaxamento para o corpo e para a mente”, comenta Natália.
Nesse sentido, Natália destaca que, com a bambuterapia, podem ser observados benefícios como:
Alívio das tensões musculares;
Estimulação da circulação sanguínea;
Melhora do retorno venoso;
Diminuição de edemas (inchaços);
Melhora do aspecto da celulite;
Remodelação da gordura localizada;
Oxigenação e nutrição dos tecidos;
Ajuda no funcionamento do intestino, melhorando a constipação intestinal;
Melhora da flacidez;
Relaxamento geral;
Mente mais calma;
Sensação de bem-estar geral;
Melhora da circulação facial;
Melhora do tônus muscular facial;
Alívio das linhas de expressão;
Melhora da elasticidade da pele.
Há muitas dúvidas sobre os benefícios da bambuterapia na barriga, ou seja, se esta técnica é realmente eficiente para quem deseja perder medidas nessa região. Natália explica que, com a bambuterapia associada com uma alimentação equilibrada, ingestão de água e exercícios físicos, é possível perceber a diminuição das medidas. “Mas não ocorre necessariamente a perda de gordura, pois é possível a remodelagem, mas não a quebra da gordura. Porém, é preciso uma avaliação com profissional capacitado para afirmar se será possível ou não perder medidas, pois dependendo do volume abdominal, não será possível perceber tal redução”, destaca.
*Contra indicações da bambuterapia
Apesar das suas muitas vantagens, a bambuterapia tem algumas contra indicações, conforme destacam Natália e Vânia:
Gestante (antes dos 3 meses e, após esse período, somente com autorização do ginecologista/obstetra);
Trombose venosa profunda e tromboflebite;
Hipertensão e hipotensão descompensada;
Diabete descompensada;
Febre;
Processos infecciosos;
Insuficiência cardíaca;
Insuficiência renal;
Neoplasia;
Dermatites (no local);
Cirurgia recente;
Fraturas recentes;
Alterações de sensibilidade;
Cardiopatia descompensada;
Hipertireoidismo.
“Estes são alguns exemplos de contraindicações, porém, podem existir outros casos em que o procedimento é indicado. Vale destacar a importância de consultar e realizar estes e outros procedimentos com profissionais qualificados, bem formados e atualizados. O objetivo destes profissionais será contribuir para o bem-estar do paciente”, ressalta Natália.