A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Giselma para comentar o assunto.
A sentença da Justiça que determinou a mãe a indenizar o filho é de 25 de outubro deste ano, quase dez anos após o crime.
Humberto tinha 43 anos quando foi morto a tiros por um motociclista na noite de 4 de dezembro de 2008, numa rua da Vila Leopoldina, perto da mansão onde morava com a família, num condomínio de luxo.
Em 2013, Giselma foi condenada a 22 anos e seis meses de prisão pelo assassinato do executivo. Ela sempre negou o crime. O irmão dela, Kairon Valter Alves, recebeu pena de 21 anos acusado de participar do homicídio. Ele confessou que a irmã queria matar o ex-marido.
Segundo o Ministério Público (MP), os dois irmãos planejaram e contrataram pistoleiros para executar a vítima.
De acordo com a acusação, apesar de morarem na mesma casa, Giselma e Humberto não estavam mais casados. Ela, no entanto, seria contra assinar o divórcio e tinha ciúmes das outras mulheres com as quais o ex-marido se relacionava.
Ainda segundo a acusação, Giselma pagou R$ 30 mil a Kairon, que saiu da prisão após 18 anos preso por tráfico de drogas. A missão dele seria procurar quem mataria o executivo, pois assim a irmã ficaria com a fortuna de Humberto com a morte dele.
O motociclista Paulo dos Santos, apontado como o atirador, e o seu contratante Osmar Gonzaga Lima foram condenados em 2011 a 20 anos de prisão cada um pelo assassinato.
A Promotoria acusou Giselma de pegar o celular de Cadu e entrega-lo a Kairon. Com o aparelho, o homem telefonou para Humberto, fingindo ser outra pessoa e dizendo que o filho do empresário estava passando mal e precisava de ajuda.
O criminoso passou então o endereço onde os executores estavam. Humberto saiu de casa com seu carro e foi até o local, mas ao invés do filho encontrou seu executor, que deu dois tiros nele e fugiu.
Mesmo presa desde 2016, Giselma, atualmente com 55 anos, continua recebendo uma pensão mensal de R$ 6 mil por causa da morte de Humberto.
Como viúva, ela tem direito legal à metade do patrimônio deixado pelo executivo: cinco fazendas de gado em Goiás. O casamento foi em comunhão universal de bens. Parte dela não é herança.
“O que eu queria de verdade era ter o meu pai ainda aqui, mas dentro do que aconteceu essa sentença é muito importante para mim”, disse Cadu. “E acho que pode ser para outras pessoas porque representa uma consequência grave contra abusos, nem mesmo uma genitora tem o direito de fazer o que ela fez”.