Cachorro de pelúcia passeia pela casa dos alunos e deixa lições de amor e responsabilidade em Cabreúva
De maneira lúdica, o cuidado, a responsabilidade, o vínculo e o amor são trabalhados no projeto ‘Mascote da Classe’, da professora da EMEB Mário Faccioli, Rosângela Carvalho Betega, que atua na rede municipal de ensino há 30 anos e desenvolve a proposta há 12 anos em sala de aula.
Um bichinho de pelúcia, batizado de ‘Bobi’ em uma votação entre os alunos, mora, sempre por um dia, na casa de alguma criança. Dessa visita ilustre, o responsável, com a ajuda dos pais, precisa entregar um relatório para a professora, escrito pelo adulto, e um desenho sobre a passagem do Bobi pela residência.
“Eles sabem que precisam dar comida, água, levar no veterinário se necessário, limpar a sujeira, passear. Tudo isso desperta nas crianças um senso de responsabilidade e um vínculo que resulta na melhora no aprendizado e na disciplina.”
Mas, pra mandar o cachorro para a casa das crianças, o trabalho foi grande. “Com a turma desse ano, foi difícil estabelecer o vínculo. O trabalho para que eles pegassem afinidade com o animal e não o vissem apenas como uma pelúcia foi realizado durante todo o primeiro semestre.” Só depois de sentir segurança, a professora passou a mandar Bobi para passar o dia na casa das crianças. “Isso aconteceu quando despertaram para os cuidados com o animal e o amor.”
E, depois da largada, a disputa pra levar Bobi é imensa e feita por meio de sorteio. Os alunos que não se comportam ficam de fora e são ‘denunciados’ pelos próprios colega de sala. “As crianças embarcaram na aventura e chegam com histórias surpreendentes. É um trabalho amplo, que envolve as disciplinas de sala de aula, o cuidado dos alunos e a participação familiar.”
Quem já levou o cachorro conta que a experiência foi inesquecível. “Levei ele para o grupo de oração e depois ensinei o que aprendemos para todos da sala. Gostei demais de ficar com ele, pois não tenho animais”, comenta a aluna Maria Luíza Fernandes Onório Pinto, de 6 anos.
Diferentemente dela, Danielly da Silva Misse Maron, de 6 anos, ainda aguarda a vez. “Estou ansiosa. Quero levá-lo para tomar sorvete e ir à praça.”
No fechamento de cada projeto, a professora entrega para as crianças um porta-retratos com a foto dos alunos com o mascote para que a recordação fique para toda a vida.
MAIS – A professora Rosângela conta que começou o trabalho para melhorar a disciplina das crianças, despertar amor, carinho, compreensão e empatia. Ela frisa que, de ano em ano, a ideia tem dado certo. Como recordação de cada turma, ela guarda os cadernos com os relatórios sobre cada animal que passou por essa linda história.