‘Vagão’ se torna o ponto cultural de Cabreúva
A Estação Cultural Fotógrafo Tuta, inaugurada em dezembro do ano passado, caiu no gosto do cabreuvano e se tornou o principal ponto cultural da cidade. Em menos de um ano, o ‘vagão’, como é carinhosamente chamada, já recebeu mais de 2.500 visitantes em busca de entretenimento e conhecimento.
Sempre movimentado, o vagão chama a atenção o número de estudantes que frequentam o local. Como o jovem Emanuel de Carvalho, que comemora a iniciativa. “Estudo pela manhã e sempre venho aqui no vagão, seja para complementar os estudos ou para me distrair. O espaço é ótimo”, comenta. “Aqui é bem legal porque tem de tudo. A gente curte de boa e não paga nada”, complementa o também estudante, Thiago Henrique.
Montada em dois vagões de trem, que foram doados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) e totalmente reformados, a Estação abriga um colorido e aconchegante cinema, com capacidade para 30 pessoas, e uma biblioteca, atualmente com mais de 1.600 títulos, dos mais variados temas.
“O vagão cultural é um projeto para quem quer desenvolver o conhecimento por meio da magia dos livros e dos filmes”, destaca a secretária de Cultura e Turismo, Bárbara Amirat. “E tudo totalmente de graça”, reforça.
Na biblioteca, os interessados podem fazer um breve cadastro e ter acesso a todo o acervo. A leitura pode ser no próprio vagão, que comporta 50 pessoas, ou, para os leitores mais assíduos, é possível levar o livro para casa, emprestado.
Já no cinema, são três sessões diárias de terça a sexta-feira, e quatro aos finais de semana. Os filmes em cartaz são para todos os gostos, dos clássicos à ficção científica. Os ingressos são distribuídos uma hora antes da sessão. Grupos escolares podem solicitar algum filme específico. Mas é preciso procurar a Estação com antecedência, solicitar o filme desejado e reservar data e horário.
SESSÃO ESPECIAL
Neste final de semana (dias 9 e 10), o “cinema do vagão” terá uma exibição especial, o documentário “Inezita”. O filme conta a história da cantora e apresentadora Inezita Barroso (1925-2015), que comandou, por mais de 30 anos, o programa “Viola, Minha Viola”, na TV Cultura. A sessão de domingo a tarde terá uma espectadora mais que especial: Paula Leme Maia, neta de Inezita, que é moradora de Cabreúva.
O filme, no entanto, traz histórias de muito antes do programa musical. O documentário lembra o temperamento de Inezita Barroso, que resolveu, ainda menina, que queria ser artista, em uma época em que mulher podia muito pouco.
O documentário foi produzido pela TV Cultura e teve direção de Hélio Goldsztjn – que tomou o assunto como um projeto pessoal depois de conhecer facetas de Inezita das quais ele sequer desconfiava. Goldsztjn começou a se aprofundar na história desta ardorosa defensora da música de raiz quando viu uma exposição montada pelo Itaú Cultural, em 2017, em que Inezita era o assunto.
A partir dali, Hélio Goldsztjn começou a pesquisar, conversar com artistas, procurar dados, ouvir e colecionar tantos casos que aquele material se transformou em um documentário.
A Estação Cultural fica na rua Maranhão, 866, no Jacaré.